terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dez meses e alguns dias - um casal a distância

Iniciei este blog em janeiro de 2012 quando Dk embarcou para a Coréia do Sul, onde foi trabalhar num projeto.
Bem, não cumpri a promessa de escrever com frequência, principalmente após o início de maio.
Agora o período que intitula o blog acabou.
Passaram-se os dez meses. E eu continuo sem ela.
No final de setembro Dk esteve vinte dias em casa, mas retornou ao exterior no início de outubro para terminar o trabalho, agora na viagem de entrega do navio.
Mesmo com a embarcação tendo chegado ao Rio dia 07/11, há toda uma série de inspeções e verificações de conformidades que a perspectiva de ela desembarcar fica para o início de dezembro.
Tenho feito umas piadinhas com ela - via Skype - que este "cruzeiro" fará com que ela retorne relaxada. Afinal, um belo passeio num navio (OK, não é um transatlântico, é um navio de perfuração de poços de petróleo) deixa qualquer um relaxado.

A experiência para ambos marca mais pela distância, porém o ganho profissional para a Dk é inigualável.
Neste período: fui internado duas vezes, estive duas vezes nos EUA e uma na Coréia do Sul, fiz meu primeiro voo de helicóptero, fui convidado para lecionar em São Paulo, assumi novas responsabilidades profissionais, fiz mediação de debate entre executivos num evento da ISACA-Rio, e fui o mestre de cerimonias em outro.
E isso tudo comunicado numas linhas de e-mail, chat ou VC.

Neste tempo, estamos casados mas não fomos um casal.
Contrasta com os cinco anos em que fomos um casal, mas não estávamos casados (cartório).
Nos três dias em que fui hóspede de um CTI, refleti sobre isto, impressionado pela constatação que eu estive "na beira do abismo". Tudo o que aconteceu com ela, comigo, aqui em casa, na casa dela e não vivenciamos juntos.

Em uns dias, quando Dk voltar, será um novo começo.

domingo, 14 de outubro de 2012

Dez menos cinco igual a ?

Não, não, não! Nada de matemática.
Estive por uns cinco meses sem escrever, desde que estive com Dk na Coréia do Sul.
Ela voltou para o Brasil em 18 de setembro e em 08 de outubro partiu novamente. Fase final do projeto, agora ela está a bordo do navio, o Laguna Star, em algum ponto do Oceano Índico, logo abaixo de Madagascar.
Ah, o navio é esse aí, foto de quando ainda estava no estaleiro.
http://www.marinetraffic.com/ais/pt/showallphotos.aspx?imo=9534884
Com essa viagem, completam-se os dez meses, nome deste blog.
Nesse período, estive com ela três dias em Seul e vinte dias aqui no Rio.
Os três dias "voaram", assim como os vinte.
Ao contrário, as noites e finais de semana sem ela são lentos, arrastados...
Nos dias de semana minha rotina é agitada o bastante para desejar que a semana tivesse mais dois dias úteis.
É! Esta noite fria da primavera carioca deixa minha cama, meu corpo, meu tato buscarem a presença, o calor e toque de sua pele.
Quase uma da manhã.
Quem sabe minha cama me receba acolhedora.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sono ?

Atividade essencial à vida humana, o sono domina de forma brutal a qualidade de vida e especialmente o humor.
Talvez os criadores de ovinos estejam deixando a atividade e os carneiros me faltam para, na monotonia da sua contagem, embalarem meu sono.
E se eu contasse ...
Dinheiro? Não tenho. E se o tivesse, estaria num banco e seria contado por uma máquina.
Meus medos? Ah! Todos os temos, mas os escondemos de nós mesmos. E mesmo assim, não me traria o sono.
Desejos? Tão poucos que não ocuparia minha mente. Menos ainda de forma monótona.
Um livro! Não. Os que estão na cabeceira ou no iPad, não me deixarão dormir. Especialmente o segundo volume de The Game of Thrones. Começo a ler e não quero parar.
Hummm....
Vou abraçar o travesseiro, e flutuar nas lembranças das noites com a Dk.
Ah, minha amada. Não fique triste. Mas nem assim o sono me acalenta.
Assalto à geladeira! Emoção e suspense... Talvez um chá quente faça mais efeito e não contribua para a expansão da minha linha da cintura.
Ou receita da vovó: leite morno com um pouco de mel e canela.
Um mix: leite morno + rádio (baixinho) + abraço no travesseiro.
Tarde de mais. Faltam menos de 40 minutos para o relógio tocar.
Melhor ir preparar o café da manhã.
Bom dia.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Dies Lunæ

Dias da semana são invenções humanas.
Subparte de um calendário que mostra a pequinês humana diante da Senhora do Tempo.
Uma visita rápida na Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Dias_da_semana) exclarece bem a origem dos nomes dos dias da semana que usamos.
Em latim, ontem seria 'dies lunæ'. Segunda-feira.
Lua nos leva a pensar em algo suave, belo.
Mas a minha foi pesada.
A culpa não é da segunda-feira, nem da terça, quarta ...
Meu corpo está cansado. Não das atividades do dia anterior, quando dormi boa parte da tarde. Talvez justamente pela desregularidade do sono.
Na maioria dos dias sinto muito sono ao fim da tarde. Ontem não foi diferente. Cheguei rápido em casa e como estava, roupa social, sapatos e óculos, joguei-me na cama e dormi mais de quatro horas. Tirei os óculos, a roupa, arrumei a cama e dormi novamente. Até as trés da manhã.
Se Dk estive aqui, eu me aninharia junto a eu corpo, de olhos fechados, nutrindo-me de seu calor como um vampiro térmico.
E ali ficaria até o alarme tocar.
Comentário comum ontem sobre minha aparência cansada. E sobre a influência da saudade de Dk. Sim. Isto também.
Sinto tensão no pescoço e nos ombros. Minhas atividades não cabem na minha agenda ou são proteladas. Meu planejamento pessoal não é cumprido. Ó sofrimento de Capricórnio!
Penso em parar um pouco para me reorganizar. Retirada estratégica para reorganizar as forças, buscar o equilíbrio e retomar a batalha.
Mas a segunda-feira passou arrastada. E terça-feira já me cobra o cumprimento da agenda, e o sono, novamente, insolente, falta-me com a parceria.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Idas, vindas e a saudade pulsa

Neste período que não publiquei - ok!
Houve uma postagem sobre a viagem de ida do Rio para Dallas que ficou desformatada - aconteceram muitas coisas.Primeiro, estive em Redmond (Rio x Dallas x Seattle).
Muitíssimo bem impressionado com o Campus da Microsoft e com as tecnologias e suas propostas de uso. Na visitação à sala de protótipos, produtos dignos dos melhos filmes futuristas. Com o orçamento restrito, limitei-me aos eventos do grupo visitante.
De Seattle, fui para a Coréia do Sul. Três horas até São Francisco. Novamento chego com o tempo curto para a conexão. Mas desta vez não treinei para os 800 metros rasos no saguão do aeroporto. Estava no portão de embarque com 35 minutos de antecedência.
O vôo para Seul, pela Singapore Airlines foi muito bom. Mesmo durando 12 horas e viajando de classe econômica. Em 25 anos de viagens aéreas, foi o melhor serviço de bordo que já tive. Deixou o serviço básico oferecido pela American Airlines no chinelo.
Bem, 12 horas em tempo medido. Vinte e oito horas no ajuste ao fuso horário de Seul.
Para amenizar meu cansaço, Dk já me aguardava no hotel. Foi a melhor noite dos últimos quatro meses e meio.
Euforia do reencontro, ansiedade domina o ambiente por termos somente três noites e três dias para estarmos juntos. Tanto a contar mesmo nos falando várias vezes na semana via Skype. Mas eu reverberava por dentro com seu corpo colado ao meu, suado, dormindo, aplacada a sede do reencontro.
Dois 'adolescentes'de mãos dadas pela bela cidade. Programação de turista e comida típica local. Cronos não estava a nosso favor. Foram as 72 horas mais curtas que já vivi. Sábado a noite: encontro. Terça ao entardecer: despedida.
Já?!?
Torturantes lencóis da cama vazia. Ainda fiquei outros três dias em Seul. As belezas da cidade ficaram sem brilho.
Vou até a fronteira com a Coréia do Norte. Há uma certa tensão no ar, mas mesmo esta aventura foi cinza.
Nestes dias ela estava tão mais perto, mas eu não estava com ela.
Volto para... os Estados Unidos, para participar do mais importante evento mundial sobre Controle, Auditoria e Segurança de Sistema - o NACACS North America Computer Audit, Control and Security - em Orlando.
Outra aventura nos aeroportos de Seul e de Los Angeles por ter a companhia aérea trocada.
Hoje, domingo, ficamos eu e Dk, mais de duas horas namorando via Skype. Nem vi o GP de Mônaco. Essas vídeos ligações ao mesmo tempo que domam minha ansiedade por vê-la e ouví-la, liberam um novo mustang de saudades.
Até a próxima conexão...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Voando para o norte da América do Norte

Rio x Dallas x Seattle: um brasileiro na correria A viagem do Rio para Dallas foi tão confortável quanto estar por 10:30 dentro de um avião numa poltrona da classe econômica. A distância da poltrona da frente era de uma braça. Impossível ficar de lado para dormir. Na verdade num vôo deste tipo dorme-se pelo cansaço, não pelo conforto. A saída do Rio não foi complicada. O problema foi na checagem da imigração em Dallas. Dallas não era meu destino final. Era uma conexão onde eu tinha menos de duas horas entre um vôo e o outro. O salão com os guichês para verificar a documentação era imenso, bem como a fila... E esse era o primeiro de três pontos de checagem que devia passar. Lascou-se. Passa então uma senhora, chamando em inglês e depois em bom português os passageiros com conexão às 7:45. Isso já próximo das 7:00. Vi para onde se dirigiam e resolvi tentar a sorte. Pedi ao casal de brasileiros que estava para guardar o meu lugar na fila enquanto ia falar com o agente de segurança que separava a serpenteaste fila dos estrangeiros da minimalista fila para cidadãos americanos.  Falei em inglês com ele e mostrei meu tíquete da conexão próxima... No que ele me respondeu em espanhol para voltar para a outra fila. Agora ferrou de vez. Passa agora aquela mesma senhorinha, mas já chamando por quem tinha conexão às 8:00. A fila dava tantas voltas que eu não conseguia ve-lá. Com o avanço da fila, encontrei outra senhora fazendo o mesmo serviço. - Filho, você está com problemas! E usou  rádio, onde alguém a autorizou a me mandar para a fila dos 'nativos'. Mesmo assim foram uns dez minutos de espera. Felizmente o oficial da imigração foi rápido e logo saí correndo para o próximo ponto de checagem. Se esse cara resolver verificar minha mala, já era! Ele só perguntou quantos dias eu ia ficar nos EUA. Liberado, saio correndo novamente em busca do balcão da cia aérea para o check-in. Sete horas e cinqüenta minutos. Daqui há pouco um segurança do aeroporto vai parar esse maluco que está correndo e arrastando uma enorme mala vermelha. A propósito: quebraram o suporte inferior da minha mala e ela não mais fica em pé. Que maravilha. No check-in  me deram um papel amarelo, de prioridade para o embarque. Chego no terceiro ponto de checagem. O papel amarelo, ou que fosse vermelho, não serviu de nada.  Apesar de ter que tirar sapatos, cinto, esvaziar os bolsos, até que foi rápida a passagem. Sete horas e cinqüenta e cinco minutos. Estou eu correndo novamente pelo terminal do aeroporto de Dallas procurando o portão D34. Portão à vista. Aceno com a passagem. O funcionário faz um gesto para eu correr. Eu já estava correndo! - Rápido que já estão fechando a porta do avião Entro pela passarela túnel quase caindo e vejo a porta acabando de ser fechada. Gritei. A comissária que estava do lado de fora puxou a porta e a outra que estava dentro olhou para fora com curiosidade. Passo pela primeira, agradeci tão rápido que nem sei se ela ouviu e pergunto para a que estava dentro, no maior bom humor possível: - Tem um lugar para mim? Bem, o meu já estava ocupado e ela me pôs em qualquer outro. Ótimo. O que eu queria consegui. Estou no avião. Mais três horas de vôo e um fuso horário a mais e chego a Seattle. Humanam! Nessa correria toda será que deu tempo de embarcarem a minha mala?  Ufa! Sim. Após alguns minutos ela surge na esteira de bagagem. Eu poderia ter saído com qualquer mala. Não há qualquer verificação. Sem mais sustos, localizei a van do shuttle para o hotel. Meia hora depois estava no balcão do Hyatt Regency Bellevue pegando minha chave.

domingo, 15 de abril de 2012

Caneta tinteiro e luz de vela

(Leia abaixo a transcrição)


Rio de Janeiro, 15/04/12
Se há algo que há muito tempo eu não fazia, é redigir à mão.
Ainda mais, resgatando uma das minhas canetas tinteiro - uma reedição da Parker 45 - e à luz de uma vela.
Após um dia muito quente - registrei 40°C num termômetro de rua - houve uma ventania.
Minutos após ter passado, ficamos sem energia elétrica.
Fazia muito tempo que não via um texto manuscrito por mim.
Minha caligrafia. Parte da minha identidade. Parte da identidade que nós, os tecnologicamente abastados, abdicamos em nome da praticidade da escrita em computadores.
Resta-nos o estilo da escrita. Afirmação questionável já que poucos escrevem mais que algumas linhas no Facebook e 140 caracteres no Twitter.
Veja a parte inicial deste texto: a letra tem um formato mais cuidadoso. À medida que a narrativa se desenvolve, a ânsia por expressar-me fica explícita.
Vejo que não mais grafo a letra 'x' coreta - Ops! correta - bem como alguns 'i' foram suprimidos e várias palavras grafadas em partes.
Recordei agora que D. Nadir, que foi minha professora de língua portuguesa no ensino fundamental. Rigorosíssima quanto a ortografia e gramática. Professor Rafael, com suas análises literárias no ensino médio.
Fui um afortunado em tê-los como professores.
Bom, eis que a energia foi restabelecida.
Volto eu ao mundo digital.

domingo, 8 de abril de 2012

Sobre Saudade e Sentir Falta


(http://www.flickr.com/photos/miguelschincariol/4736304523/)


Nesses últimos dias vimos uma lua cheia maravilhosa.
Mas até a lua que eu venero me põe reflexivo.
Penso na saudade que sinto da AD. 
Saudade. Não a falta dela.
Alguém da minha lista de relacionamento do Facebook postou sobre a diferença entre Saudade e sentir falta.
"A saudade é a certeza que a pessoa vai voltar. A falta, é o querer ter de volta, mas saber que não vai ter."
Pensando nisto, uma busca na web me fez encontrar:
"Saudade não se teoriza, se sente.É presença da ausência...Nada torna mais presente o que está ausente do que sentir saudades. Saudade é vida. Só morremos quando esquecidos, quando não somos mais ausentes em ninguém e isso quer dizer que não existimos mais em nenhuma memória. Saudade boa é consciência de algo ou alguém.Não sentimos nunca saudades do que não nos emocionou, provocou sorrisos, prazer, amor, êxtase, sentimentos verdadeiramente bons.(...)" 

Não sinto saudades da AD como Mario Lago sentia de sua Amélia. A mulher amada não precisa passar fome a meu lado, não ter vaidade.
A mulher de verdade, a minha mulher, não acha graça em passar fome. É guerreira para ter o pão. É guerreira também para se ver bonita. Não por mim. Para ela mesma. Para sua autoestima.

Dia quatro completaram-se três meses da partida da AD.

Saudades!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Encontro da nobreza na Fazenda Ponte Alta


Vista oposta da Fazenda Ponte Alta
[imagem obtida do site oficial da fazenda]

Barão e Baronesa de Mambucaba
em apresentação de costumes de época
[Imagem obtida em busca na WEB]
É sabido que o sobrenome Carreiro, originário da Ilha de São Miguel, Portugal, tem raízes nobres.
Assim, após cruzar os dois quilômetros que separam o portão da casa principal, não me surpreendi ao ser recebido pessoalmente pelo Barão de Mambucaba ao visitar sua fazenda, a Ponte Alta, em Barra do Piraí - RJ.
O Barão e a Baronesa pessoalmente me apresentaram a casa da sede.
Muito do mobiliário original do Séc. XIX encontra-se preservado.
A casa está em posição elevada, de onde se avistam as outras construções e grande parte das terras.
O hospital de escravos, as senzalas, a casa do feitor, o depósito do café, a roda d'água e seu aqueduto, tudo preservado. Formam um quadrilátero de defesa, tanto interna quanto externa, transformando a sede da fazenda numa fortaleza. No centro do quadrilátero era o terreiro de secar o café, hoje substituído por um belo gramado.
[Imagem de algumas das peças expostas, obtida emhttp://imageshack.us/photo/my-images/281/dsc018357vl.jpg/

Orgulhosamente, o Barão de Mambucaba mostra fotos que registram a presença do Presidente Getúlio Vargas, diversas vezes hóspede da Fazenda Ponte Alta. Famosos da Era do Rádio também costumavam hospedar-se lá.
Cortesmente a Baronesa desculpa-se por deixar-nos, pois acabara de chegar um ônibus com uma excursão e ela iria recebê-los.


Descendo até as senzalas, o Barão me explica as técnicas de construção usadas em 1830, quando a fazenda foi fundada e mostra alguns utensílios utilizados na fazenda como peças em prata, ferro, e cobre batido. Na parede há gravuras de orixás, doadas por Governos africanos. Chama minha atenção para as frestas no piso de madeira. As senzalas estão sobre os currais. A ideia era usar o calor emanado pelos animais para aquecer a senzala nos dias frios.
Imagino o problema que era no verão, já que senzala não tem janela.
Atualmente, como o espaço é usado como museu, janelas foram abertas, mas preservando o estilo do tipo de construção.


No espaço seguinte estão diversas peças sacras dentre outras recuperadas da antiga capela. Dentre elas estão os adornos do altar, algumas imagens e outras peças de mobiliário. Neste mesmo local, há arranjos para que saraus sejam apresentados.


Ao chegarmos na roda d'água, supus que movesse as pedras de moagem, para preparo de farinha de mandioca e fubá. Na verdade ela movia pilões que eram usados no processo de descascar os grãos de café. O espaço acima era onde armazenavam as sacas com o café pronto para a comercialização. Ali temos várias outras peças originais como o confessionário, a cadeira de penico que a família usava, a balança usada para pesar as sacas de café e muitas outras.


Encantado com a preservação do local e a atuação na divulgação desse cenário histórico, despedi-me do Barão e retornei ao evento que me levara até a fazenda.


A Fazenda Ponte Alta ainda produz leite, mas sustenta-se principalmente como pousada e oferece aos seus visitantes a visita guiada, muito bem conduzida pelos atores que representam o Barão e a Baronesa.


Afinal, o Barão, se vivo, estaria com 219 anos. 
Recomendo a visita: _http://www.pontealta.com.br

sábado, 24 de março de 2012

Crise renal - parte 2: A internação

No que retornei para a Emergência,  o  médico pede para me aplicarem outra dose do analgésico subcutâneo e me dá a notícia que precisarei ficar internado para ser cuidado. 
Tinha uma 'pedrinha' de 3mm entupindo o ureter e já causando hipertrofia do rim direito.
Marrravilha.
Já que é assim, liguei para minha irma. Para minha sorte ela estava  no Rio e foi ao meu encontro.
Quando ela chegou eu estava há quase uma hora deitado na sala de repouso. Aí, praticamente, já sem dor. Ainda bem. Eu devia já estar exalando a analgésico.
O que estamos esperando? O plano de saúde autorizar a internação. Até que não demorou.
Ambulância de novo. Ao chegar no hospital já estavam me aguardando e fui direto para um quarto.
Logo passou um clínico geral que meu deu a notícia de que já haviam chamado um urologista e que provavelmente eu precisaria de uma intervenção para expulsão do cálculo. Nada de comida nem água!!
Pouco mais tarde chega o urologista, que confirma o diagnóstico e informa o que vão fazer: uma ureterolitotripsia - método onde ondas de choque são aplicadas diretamente nos cálculos, através do endoscópio inserido pela uretra até o ureter. Sob sedação, claro.
Ufa!
No hospital me deram outra dose de Buscopan e puseram no soro.
Lá pelas 13h fui levado para uma sala de cirurgia.
Tava de papo com e equipe até que alguém pôs uma mascara sobre minha boca e nariz.
Puff.
Próxima lembrança: acordando no quarto.
Tradicional passagem do médico. Explicações recebidas e uma noite em observação.
Ah sim! Na primeira parte eu falei do meu carro. Minha irmã até que tentou, antes de sairmos da emergência, comprar o tíquete. Sem sucesso.
Depois que eu já havia chegado no hospital conseguimos que meu sobrinho fosse buscar meu carro e levar para a garagem do prédio onde moro.
No procedimento correu tudo bem.
Até hoje de manhã, quando foram retirar o catéter.
Ufff! Como ardeu. Urinar as primeiras vezes ...
Resultado: como a passagem estava de certa forma estreitada, deixaram umcateter chamado de duplo J, ou rabo de porco (pig-tail em inglês), para garantir a permeabilidade da via manipulada.

O cateter apresenta as duas extremidades em forma parecida com a letra J, daí o seu nome. O Duplo J apresenta furos em seu trajeto que permitem o escoamento da urina

Como funciona o Duplo J 

Uma ponta fica dentro do rim e a outra dentro da bexiga. Portanto, mesmo que haja obstrução em algum ponto do ureter, independente da causa, o duplo J garante a permeabilidade da via urinária. Este cateter pode permanecer por várias semanas até que o urologista ache seguro retirá-lo.

Leia o texto original no site MD.Saúde: CÁLCULO RENAL | Tratamento e duplo J http://www.mdsaude.com/2008/11/tratamento-de-clculos-e-duplo-j.html#ixzz1q4jrkmMU
 

E agora já estou em casa. Para a semana que vem tenho que agendar a retirada desse cateter.


Agora estou bem. Agradeço o carinho de todos.

Crise renal - parte 1 - périplo na emergência

Água, água, água.
Saber da necessidade de um litro, um litro e meio por dia, já fato velho.
Mas nem colocando uma garrafa sobre a minha mesa de trabalho faz com que eu ingira mais que uns 300ml por dia. Na verdade é um pouco mais pelas vezes que tomo chá durante o dia. Deve chegar - na média - a uns 500ml.
A ideia é não deixar formar os cálculos nos rins. E fazer com saiam, ainda na forma de cristais, bem pequenos, junto com a urina.
Na quinta-feira à tarde, fiquei com a uretra incomodada após urinar. OK. Saiu uma pedrinha que passou raspando pelas paredes interna do canal.
Recado dado: fim de tarde e à noite tomando mais água e chá para ajudar a expelir e prevenir a formação.
Mas, às 2h30 de sexta-feira, acordo eu com fortes dores no abdomen, abaixo do umbigo, pro meu lado direito. 
Sem ideia do que fosse. Se fosse atrás, um pouco mais alta: rim - essa eu já conheço. Na frente em cima, perto das costelas do meu lado direito: vesícula - essa eu também conheço.
Mas da madrugada de sexta era nova.
Pensei em intestino. Não comi nada que pudesse causar transtorno intestinal. Seria alguma obstrução?
Bem, cadê o Buscopan? Humm. Não tenho. Vai de Novalgina gotas mesmo.
Fico andando pelo apartamento, meio de lado, parecendo um zumbi. 
Já beirando as 3h, decido ir para um pronto socorro. Vou dirigindo ou tento um táxi? Olho pela janela da sala e está chovendo. Táxi? Nem táxi fantasma passava. Vou de carro.
Fica uns cinco quarteirões daqui de casa. Putz! Tem uma placa de proibido estacionar. Não sei quanto tempo vou demorar e a GM-Rio tem marcado em cima. Oba! Tem uma vaga do outro lado da rua. Tíquete obrigatório a cada duas horas. Se for o caso, ao amanhecer eu acerto com o guardador.
O interessante de atendimento de emergência é que os atendentes não acham que ali é para atender emergências! Eu curvado de dor, já tendo entregue identidade e carteirinha do plano de saúde e a mulher do balcão perguntando: idade (Pxxxa! faz a conta! Minha data de nascimento tá na sua frente!), cep, número, primeira vez aqui ...
E mesmo com o lugar vazio, eu somente fui atendido já eram 3h40min. Fato é que, o ar naquele lugar estava tão frio, que achei que deveria ser alguma nova técnica para aliviar o sofrimento de vai até lá.
03h45min: após algumas perguntas básicas a médica manda me aplicar um analgésico. Aguardar na sala ao lado. Me entregaram uma requisição para exames de TC, sangue e urina, com a orientação de já ir para o laboratório - corredor ao lado - com o material colhido.
E quem disse que com dor na barriga e frio alguém consegue urinar. Sangue coletado, já beirava 04h15 e nada da dor ceder.
Reclamei e a médica mandou aplicar um outro analgésico.
Mais frio na sala de espera. Sentei numa poltrona perto da porta que foi o local menos frio que encontrei.
A dor não passava. Chamo o atendimento outra vez. Agora um médico me atendeu e mandou que me aplicassem um terceiro analgésico, desta vez subcutâneo. O técnico que aplicou ainda tentou fazer uma piadinha, dizendo que se a dor não passasse com aquele remédio, era porque a coisa 'tava ruim mesmo'.
Nisso, já beirava 5h.
Fui levando numa ambulância para um centro de diagnóstico por imagem. De novo, um frio para urso polar nenhum por defeito. Pior:
- Senhor, por favor estique seus braços atrás da cabeça respire fundo e prenda a respiração.
Ok. É leitor. Tente fazer isto com fortes dores no abdomen - quem disse que o terceiro analgésico (o quarto, contando com a Novalgina). Nisso eu ouvi o despertador do meu celular tocando: 05h40.
Volto para ambulância, que retornou comigo para a Emergência . Já havia amanhecido. No caminho pergunto ao técnico de enfermagem que estava me acompanhando o que estava escrito no laudo da Tomografia Computadorizada. 
- Ah! Tem um cálculo preso no seu uretér.
(Continua...)

quinta-feira, 22 de março de 2012

A receita da 'pancakes'

Um dos meus passatempos prediletos é cozinhar.
Não. Não é hackerismo nem nada ligado a computador.

"Pilotando" o fogão é onde me desestresso, crio, experimento.

Há alguns dias postei uma foto de umas pancakes que preparei e várias pessoas me perguntaram pela receita.

Aí vai:



Ingredientes (para duas unidades - uma pessoa)

2/3 xícara de farinha de trigo
1/4 xícara de açúcar
1/4 xícara de leite
1 ovo
1/2 colher de café de fermento químico
10 gotas de baunilha
1/2 colher de café de sal

Preparo

Misture bem todos os ingredientes até conseguir uma mistura homogênea.
Coloque sobre fogo médio uma frigideira (18 cm) com antiaderente (teflon).
Nela coloque 1/2 colher de chá de manteiga.
Tão logo a manteiga derreta, espalhe-a pelo fundo da frigideira e coloque uma concha da mistura.
Deixe assar até começar a soltar do fundo.
Vire e novamente deixe assar até soltar do fundo.
Se quiser, repita o processo para a pancake ficar mais 'morena'.

Sirva com coberturas, tais como geléias, mel, brigadeiro mole, requeijão ...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Nas frias águas do mar de Ipanema.

Essa foi a noite em que senti mais falta da Dk comigo nesses quase 70 dias que ela partiu para a Coréia do Sul.
Eu estava precisado de atenção, de carinho, de colo da mulher amada...

Quem convive comigo sabe que detesto frio. 

E fui traído justamente pelo mar de Ipanema, em pleno verão.

Ontem, dia 10/03/12, tivemos uma etapa da maratona aquática Rei e Rainha do Mar Light, de Ipanema (da altura da Farme de Amoedo) até o Arpoador. Modalidade Sprint:1.000m.

Seria minha primeira participação neste tipo de prova. 
Quando eu corria, participei de várias corridas de 5/10km, uma meia maratona e uma São Silvestre.
Mas no mar, seria minha primeira experiência.

Para minimizar a temperatura da água do mar, comprei uma dessas blusas que os surfistas usam quando a água está mais fria.

Blusa, touca, óculos, chip preso, amarração da sunga conferida.


Breve aquecimento e foi dada a largada,
Eram 17h.
Apesar de ter amanhecido dia claro, com sol, o tempo virou de tarde e estava completamente nublado, com uma brisa mais fria.

Corro para a água e inicio a  travessia da arrebentação em direção à primeira boia.
A água estava fria. Comecei a tremer e a sentir meus pés iniciando a ficarem dormentes.
Não vou insistir. Eu me conheço o bastante para saber o que vai me acontecer depois se eu continuar. Antes de contornar a primeira boia eu retornei.

Já de volta à beira da praia, ainda um pouco trêmulo, olho a multidão que contornou a primeira boia e avança em direção ao Arpoador. Vejo também que alguns nem entraram totalmente na água e desistiram, e os jet skis e staff de apoio na água já retirando vários participantes.

Inicio minha caminhada para o local da chegada. Converso com outros desistentes sobre a baixa temperatura da água e somos unânimes na conclusão que estávamos ali pela diversão e não para sofrer no frio.

Chegando no Arpoador, vejo os participantes que concluíram a prova com lábios arroxeados, com frio e "batendo queixo". Presenciei a equipe médica atendendo cinco casos graves de hipotermia. 

Na barraca da academia Physical, meus colegas que terminaram a prova chegavam gelados, e logo eram recebidos com toalhas e cangas e um copo de chocolate quente. 
Aliás,  o chocolate quente acabou sendo solidariamente servido também a participantes que não eram de nosso grupo mas passavam na barraca pedindo ajuda.

E lá vem outro na maca envolto nessas folhas que parecem papel alumínio, direto para o posto médico.

Mas o tempo todo, desde que assumi que eu não tinha condições de continuar, fiquei com uma forte carga de frustração. Foram dois meses treinando na academia para esta prova. E eu não resisti à temperatura baixa da água.

Apesar do pouco tempo que eu estive na água, mesmo ao chegar em casa ainda estava com a sensação de frio nas pernas e pés. Como se fora uma "queimadura". Se eu houvesse insistido então ...

Tomei um banho quente e fui para minha cama.

Dormi logo mas acordei poucas horas depois com uma sensação horrível de frio e calor. Ao tempo em que sentia frio, puxando sobre mim a colcha da cama, sentia calor - a noite estava quente - e suava. Suei tanto que encharquei a roupa de cama.
Plin! Duas da manhã. Eu acordado. Trocando roupa de cama e tomando outro banho.

Não deixava de pensar que não fiz a prova. Não me sentia bem com isto. Mesmo tendo a certeza que eu iria me dar mal se insistisse.
Mas tantos foram até o fim (e tantos passaram mal ao fim da prova!) .

Ainda não estou bem com isto.

domingo, 4 de março de 2012

Quanto mais espero, menos tenho que esperar.

A frase do título não é minha.
Está numa animação muito bem humorada, e até filosófica, sobre a espera por um ônibus sábado a noite.
(Vale ver:O Paradoxo da Espera do Ônibus,  http://www.youtube.com/watch?v=Ibow_K7fqF0&feature=colike)
Hoje, dia 04, completam dois meses que AD embarcou para a Coréia do Sul.
Como em muitos e muitos outros desses sessenta dias, acordei cedo. Creio que nisto temos o clássico "o hábito faz o monge", já que é minha rotina estar fora da cama às 5h30min.
Não me levantei. Lembrei da data de hoje e dos sessenta dias sem estar com ela. Fiquei recostado na cama deixando minha mente vagar...
Frequentemente me perguntam como é.
Como é o quê? Estar sem a presença dela? Estar sem o carinho físico dela? Depois de cinco anos juntos, num quase repente estar, de certa forma, separado? Estar sem fazer sexo? Tocar sozinho a rotina da casa, com minhas filhas e o filho dela que ficou comigo? Estar "separado"  mas não solteiro?
Eu digo: é estranho e bonito (Viva Renato Russo!).
Ir a alguns lugares e logo pensar que posso levá-la ali quando ela voltar. Tomar o vinho do final de semana e lembrar que fazíamos isso sempre juntos e pensar o que fazer de marcante quando ela voltar.
Quando ela voltar.
Quando ela voltar ...
Como é que será quando ela voltar?
Dez meses depois.



domingo, 12 de fevereiro de 2012

Chocolate, 70% cacau, amargo: a comida do amor

Huuuum! Delícia.
Uma bela barra com 100g de chocolate amargo, 70% cacau.
Esta é mais uma lembrança gostosa desse casal. É o tipo de chocolate que gostamos.
Agora serve de consolo.
Não se diz que chocolate libera serotonina, um dos hormônios do prazer? Pois é. 
Esta dádiva que o deus Quetzalcóatl presenteou os homens, que eliminava o cansaço e era tida como afrodisíaca foi uma melhores presentes divinos.

 
Quetzalcóatl  (Culturas Asteca e Maia)
Fonte: wikipedia

Mas além de degustar junto com a pessoa amada, pode-se liberar a imaginação e estender seu uso no amor.

Beije a pele da pessoa amada após carinhosamente e cuidadosamente fazer uma trilha de chocolate. Nos lábios. Na nuca. Onde mais o casal desejar. Sempre nos limites dos desejos de ambos. Sem forçar nada.

O prazer do chocolate com o ter prazer e dar prazer à pessoa amada é uma combinação estonteante.

Melhor deixar o chocolate para um momento de mais saudade. Ainda faltam nove meses para AD voltar.
PS-1: Usei o termo pessoa amada como forma genérica, sem preconceitos.
PS-2: Por favor compre um chocolate de boa qualidade. A pessoa amada merece.